quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Hortaliças não Convencionais.

Cará-Moela ou cará-do-ar


Hoje quero escrever um pouco sobre um dos meus interesses na área de olericultura que são as hortaliças não convencionais, segundo a FAO, as plantas comestíveis utilizadas pelo homem em sua alimentação caiu de 10 mil espécies conhecidas para uma media de 170 a 200 espécies, sendo que essas outras ficarão perdidas ao longo do tempo por não terem interesse comercial sendo assim esquecidas pela população ou mesmo se tornando desconhecidas pela maioria, apesar de varias delas ainda ter feito parte de nossa alimentação na infância como no meu caso o inhame, o cara moela, a taioba e uma plantinha que não me esqueço, pois minha avó fazia um caldo verde delicioso, ela a chamava de beldroega e por ser um alimento diferente do que eu estava acostumado ficou como uma lembrança boa da minha infância, em Goiás ainda se pode achar essa plantinha, pois sempre que chove ela aparece nos quintais mais hoje e conhecida mais como planta daninha que prejudica outras plantações do que como alimento.


Cará-gigante ou Cará-do-pará.
Aqui em Apiacás comecei um trabalho no sentido de recuperar algumas dessas espécies “marginalizadas”, já temos algumas plantadas e preparando alguns produtores para receberem esses materiais que serão multiplicados na URT ( http://marcelosoaresoliveira.blogspot.com.br/2015/09/diante-dacrescente-demanda-para.html ), essas plantas serão originalmente destinadas a merenda escolar porque essas plantas tem um alto valor nutritivo como por exemplo o ora-pro-nóbis que também é conhecida como a carne vegetal pois é rica em proteínas chegando a 25% de proteína bruta e ainda é rica em vitamina A, B e C além de ferro e minerais como cálcio e fosforo, por isso acredita-se que o cultivo em larga escala do ora-pro-nóbis poderia representar uma revolução nos recursos alimentícios da humanidade, devido a seu fácil cultivo, grande produção e alto valor nutricional sendo que em 01 há consegue se uma produção media de ate 05 toneladas de folhas comestíveis.

Inhame.

Jurubeba.
Bom se as hortaliças não convencionais são tão ricas em vitaminas (A, B e C), sais minerais (cálcio, fósforo, potássio, ferro), fibras, carboidratos e proteínas, além de substâncias funcionais (antioxidantes, carotenoides, flavonoides e antocianinas), são ricos em fibras que auxiliam no bom funcionamento do intestino então por qual motivo deixaram de ser cultivadas e consumidas? Uma das explicações pode ser a mudança no padrão de vida da população principalmente pela urbanização e abandono das áreas rurais que contribuiu assim para a perca de varias espécies dessas plantas, e com esse ajuntamento nos centros urbanos esses alimentos perderão o valor comercial dando espaço para as olericolas com produção em escala comercial e alta produtividade por hectare, sendo que essas plantas de cultivo de fundo de quintal foram perdendo sua importância na alimentação humana e sendo deixadas em segundo plano.
Vinagreira ou Groselha.

Taioba.

Pra mim poder ajudar a resgatar parte dessas hortaliças é como manter uma parte da tradição e da nossa cultura, apesar que eu não faço parte oficialmente de nem um banco de multiplicação me sinto privilegiado de ajudar a evitar o processo de extinção de pelo menos algumas dessas plantas, pois quando some uma dessas plantas, somem também junto com elas parte da nossa historia.