A importâcia dos Conselhos Municipais.

Capacitação dos Conselheiros
em parceria com o ICV.

Os conselhos municipais tem o dever de atuar e participar das definições das politicas publicas, representar interesses e mediar pontos de conflitos na tomada de decisão, os conselhos se colocam como mediadores entre a população e os governantes, com o interesse em atender as necessidades da população, pra mim os conselhos tanto municipais como estaduais e federais são a forma mais democrática e participativa de se discutir medidas e politicas publicas, pois seus conselheiros conseguem transmitir de uma maneira regular os principais problemas existentes na sociedade que os conselheiros representam, a criação e a participação da população nesses conselhos representam um importante papel na sociedade, pois cria uma oportunidade única para a participação popular na criação e gestão de politicas publicas.

Reunião do CMMA - Apiacás - MT.

Em Apiacás – MT criei os conselhos de meio ambiente e de agricultura o CMMA (Conselho Municipal de Meio Ambiente) e o CMDR (Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural), e com a criação desses conselhos criou se uma institucionalização da participação popular na criação de demandas de trabalho para a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente de Apiacás, pois foram trazidos diferentes pessoas que estão atuando como conselheiros como representantes de varias classes econômicas e movimentos sociais como, Sindicato Rural, Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, Associação Comercial, Associação dos madeireiros, Associações Rurais, Cooperativa dos Garimpeiros, Organizações Governamentais, Organizações não Governamentais entre outras, e com o ingreço dessas instituições podemos garantir um espaço para a sociedade civil na formulação, avaliação e implementação das politicas voltadas a nossa secretaria, fazendo assim um planejamento que vem de encontro a necessidade da população, onde assim, da pra se criar programas produtivos que estejam na vontade daqueles que mais necessitam desses arranjos produtivos.

O CMDR e o CMMA são órgãos permanentes, de caráter consultivo, deliberativo e de assessoramento do Chefe do Poder Executivo Municipal, vinculado à Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente (SAMA), com o objetivo de propor diretrizes, elaborar, avaliar, fiscalizar e promover a integração do setor agrícola produtivo com um desenvolvimento social, econômico sustentável e ambiental, sendo assim cada conselheiro tem um papel fundamental na politica agrícola e ambiental do município fazendo um acompanhamento e avaliação das ações programadas e executadas no âmbito rural e ambiental, representando assim uma participação efetiva tanto dos produtores como da sociedade em geral.

A juventude rural e a sucessão familiar.

Há vários anos vem ocorrendo à saída dos jovens do campo para a cidade, o que é bastante preocupante na agricultura familiar, pois a falta de perspectiva de passar suas terras e sua produção para seus filhos tem levado vários produtores a vender suas áreas ou mesmo abandona-las, pois os centros urbanos são um atrativo para esses jovens que vão em busca de coisas diferentes, como acesso a melhor educação empregos e ate mesmo acesso a tecnologias que faltam nas propriedades rurais, por esse motivo o meio rural vem passado por um “envelhecimento” sem muita esperança de sucessão dentro da família.

Palestra com filhos e netos de produtores, alunos
do curso de agronegócio
 na comunidade Colina Azul

Nossos jovens hoje estão em um dilema entre ficar no campo e ir para os centros urbanos atrás de novas oportunidades que não acham no meio rural, a pouca capacitação profissional e politicas publicas voltadas diretamente para os jovens, é um dos motivos para que eles abandonem o trabalho agrícola e migrem para a cidade, algumas medidas já estão sendo desenvolvidas como criação de linhas de credito especificas, criação de atividades de lazer em algumas comunidades e algumas medidas de capacitação profissional como é o caso do PRONATEC, mais tanto a capacitação como as linhas de créditos são multo difíceis de acessarem e as vezes quase impossível, como o caso do PRONAF Jovem.

A falta de renda para esses jovens também é um motivo dessa migração, pois a vontade de terem autonomia financeira pesa muito na tomada dessa decisão, hoje a maioria dos jovens que trabalham com seus pais não são assalariados, e toda a renda que se tem da propriedade fica com os pais fazendo com que eles sejam sempre dependentes de seus progenitores.

Palestra com filhos e netos de produtores, alunos
do curso de agronegócio
 na comunidade Colina Azul

É bom salientar que para boa parte dos jovens agricultores a permanência no campo é uma área profissional que eles desejam, mais a uma dificuldade muito grande para que haja a conquista de um espaço de liderança dentro da unidade familiar e a grandes obstáculos para a aceitação de novas ideias pelos pais.

A uma necessidade de aprimorarmos o debate quanto ao incentivo e desenvolvimento as áreas agrícolas familiares que deem reais condições para uma agricultura rentável com novos moldes que sejam interessantes e diferente para esses jovens permanecerem no campo, devemos levar em conta que aquele modelo de subsistência da agricultura familiar não é nem um pouco atrativo para a nossa juventude, pois ninguém mais quer subsistir ou sobreviver e sim viverem como devem, com uma renda familiar que lhes permitam ter conforto, alimentação de qualidade, bem estar social, educação e acesso ao lazer, perante isso a uma necessidade de inserção dos jovens na tomada de decisão da construção de um projeto produtivo que os inclua como futuros gestores e empreendedores rurais.

Esse é um momento crucial para a sucessão dentro da agricultura familiar, e nos que trabalhamos direto com essas famílias devemos despertar a necessidade e o desejo de assumir, gerir e dar continuidade no empreendimento rural, esse assunto deve ser cada vez mais abordado para que se inclua essa nova geração que tem uma importância fundamental no futuro do Brasil como um pais de vocação agrícola.  

2014, ano internacional da agricultura familiar.

Chácara Adeus Mamãe, Apiacás - MT. 

O ano de 2014 foi escolhido pela Assembleia Geral das Nações Unidas, como o ano internacional da Agricultura Familiar para demostrar reconhecimento à importante ajuda que a agricultura familiar tem para a segurança alimentar e diminuição da pobreza no mundo.

O objetivo principal é promover em todos os países ações e politicas publicas que visem o desenvolvimento social e econômico com base sustentável nas unidades agrícolas com produção baseados na unidade familiar, e visa também destacar em âmbito mundial a importância que tem a agricultura familiar na diminuição da fome e da pobreza, na segurança alimentar, na gestão dos recursos naturais e proteção do meio ambiente com um desenvolvimento sustentável.

Assistência técnica individual, Chácara Maripa,
Apiacás - MT.

Esse ano esta acontecendo uma ampla discussão para entender os desafios que esses produtores enfrentam e tentar ajuda-los bem como identificar maneiras mais eficientes para dar apoio a esses agricultores familiares, pois são uma serie de fatores que são necessários para o bom desenvolvimento da agricultura familiar, entre eles estão acesso a mercado, organização dos produtores, acesso a novas tecnologias através de uma extensão rural capacitada, acesso a documentação das áreas como é nosso caso aqui no Mato Grosso, pois a falta desses documentos inviabiliza o acesso ao credito.

Assistência técnica em grupo, capacitação continuada para produtores
 em fruticultura, Comunidade Ipê Florido, Apiacás - MT

Um dos pontos cruciais nessas discussões é a redução da desigualdade social, por isso devemos unir nossos esforços para tentar minimizar este desafio e focar em estabelecer politicas publicas com uma visão mais holística que tenha atuação em todas as áreas não só social e econômica mais também na esfera politica, institucional, educacional e cultural.

Chácara Meu Paraíso, Comunidade Ipê Florido,
Apiacás - MT

Esse ano temos uma oportunidade única para mostrarmos nossa contribuição ao mundo e também para chamarmos a atenção, pois apesar da agricultura familiar ser uma das  maiores produtora e fornecedora de alimentos do mundo ainda temos uma lacuna enorme entre a produção e o potencial que ainda temos para ser explorado.

Agricultura familiar e a definição das cadeias produtivas.

Cadeia Produtiva do Leite.

No contesto da agricultura familiar a definição de cadeias produtivas para a produção de alimentos devem ser definidas antes de se começar qualquer trabalho de assistência técnica e incentivo a produção, e um elemento de fundamental importância para essa definição é a analise de mercado, pois cada iniciativa de inserção bem sucedida leva logo a organização dos produtores agrícolas a se juntarem em associações e cooperativas  para suprirem a demanda de produtos a serem comercializados.

Cadeia Produtiva da Fruticultura.

Temos que sempre fazer uma reflecção sobre as estratégias usadas para inserirmos os produtores nas cadeias produtivas definidas, pois existe por trás dessas inciativas um complexo processo que deve ser analisado constantemente como um conjunto de atividades relacionadas a aprendizagem, como uso de novas tecnologias, organização dos produtores, gestão do negocio familiar e a capacidade de lidar com o mercado, isso tudo se transforma em novas formas de aprendizado que devem estar inseridas na criação de novas ideias.

Cadeia Produtiva da Olericultura.

No estado de Mato Grosso a varias cadeias produtivas já definidas e que estão sendo trabalhadas, levando em conta que a principal característica dessas cadeias produtivas é a diversificação na produção, sendo que pra mim as mais importantes e que tem um impacto mais positivo na economia das famílias são as cadeias do leite, fruticultura, olericultura, apicultura, a mandioca e os sistemas agroflorestais.

Cadeia Produtiva de Avicultura de Postura

Aqui no município de Apiacás – MT, foram delineadas algumas cadeias produtivas, depois de vários messes de estudo detalhado de mercado local e regional, viabilidade econômica, logística aptidão dos produtores iniciamos um trabalho voltado para as cadeias do leite, fruticultura, olericultura, mandioca e agora por ultimo para atender um nicho de mercado a avicultura de postura com criação de galinhas coloniais no sistema semi-intensivo de produção e em fase de implantação a cadeia produtiva da mandioca que é um grande atrativo para a agricultura familiar, pois alem de ser uma cultura tradicional é também uma ótima fonte de renda.

Agricultura Urbana.

 

Rua São Luis, nº09, centro.

 

A Agricultura Urbana é uma área que eu sempre tive interesse para desenvolver um trabalho, e num momento que no Brasil e no mundo ouve um processo de urbanização que ocasionou varias mudanças na economia, na qualidade de vida e principalmente no abastecimento alimentar da população, pois antes sempre havia uma pequena horta com olericolas e frutíferas no fundo do quintal por isso resolvi desenvolver um projeto em algumas casas aqui em Apiacás, pensei em aproveitar algumas áreas livres de quintais que ajuda a manter a área limpa e produtiva, pois além de proporcionar o acesso a alimentos mais saudáveis a agricultura urbana cria um meio para a soberania alimentar tendo um grande potencial para a inclusão social.

 

Rua Ouro Verde, nº89, Centro.

Nessas áreas já tem uma produção considerável como alface, couve, cheiro verde, berinjela, jiló, tomates e varias espécies de plantas medicinais e condimentares e também fruteiras como o mamão, abacaxi, maracujá e a banana, e também a criação de galinhas para a produção de ovos e carne.

 

Rua das Hortencias, s/n, Jd. Primavera.

Criar essa oportunidade dentro da cidade com orientação e assistência técnica  e de fundamental importância para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas, pois iniciativas assim além de garantir uma alimentação saudável balanceada e diversificada para esses agricultores urbanos, da para se aproveitar o lixo orgânico produzido em seus lares para a fabricação de compostos orgânicos.

Rua Ouro Verde, nº147, centro.

O trabalho desenvolvido não foca só na produção, cada uma dessas áreas se torna uma "sala de aula" em termos de educação ambiental, pois o trabalho que esta sendo desenvolvido aqui em Apiacás tem uma forte ligação com a permacultura que é um método de produção que nos da uma visão mais holística do meio em que vivemos onde podemos planejar e manter sistemas ambientais corretos e economicamente viáveis.

Esse sistema é uma alternativa para a produção de alimentos que alem de garantir uma alimentação mais balanceada para a família, ajuda a manter as áreas urbanas limpas e como disse anteriormente ajuda a se fazer uma coleta seletiva do lixo, pois o lixo orgânico sera transformado em substrato para o uso na horta, para esse tipo de cultivo não existe limitação de espaço, pois podemos tanto plantar em áreas grandes como em cantos de muro ate mesmo em vasos, garrafas pet e embalagens tetra park.

Av: Mato Grosso, nº 340, Bom Jesus.

Nos que trabalhamos com assistência técnica a campo. sei por experiencia própria que é bastante corrido, mais mesmo assim ainda e possível separar algumas horas durante a semana para acompanharmos pessoas interessadas a produzir alimentos saldáveis dentro de áreas urbanas, um ótimo local para se começar são as hortas escolares, assim como produzir alimentos que serão usados na merenda dos alunos podemos integrá-los a produção fazendo os interagir com a terra e as plantas, alem de serem bons catalizadores de ideias, levando essa pratica para suas casas.

Agricultura Familiar

Dizer que a agricultura familiar é responsável por garantir alimentos saudáveis e de qualidade na mesa de brasileiras e brasileiros, tanto que 70% da produção de alimentos consumidos provêm deste setor pode se dizer que é chover no molhado, mais mesmo assim é sempre bom salientar que a agricultura familiar gera postos de trabalho em número bem maior que a agricultura empresarial, e sempre teve uma preocupação maior com a sustentabilidade socioeconômica e ambiental e na preservação das tradições e os costumes locais.

Mas apesar disso a agricultura familiar tem grandes desafios a serem vencidos, não quero aqui nesse blog passar uma receita ou achar que esse modelo ou aquele é que esta certo, é necessário aprofundar e buscar conhecimentos sobre vários sistemas de produção que proporcionem melhoria contínua das condições de vida de agricultores familiares garantindo uma renda substancial que esse produtor possa não só subsistir mais sim existir, viver e da uma vida digna para sua família, assim  podemos inverter o êxodo rural, como já aconteceu em varias comunidades.

Muito se tem discutido qual o melhor sistema produtivo para a agricultura familiar, sera a agroecologia a salvadora da pátria? ou a agricultura orgânica em suas nuances como permacultura, agricultura biodinâmica e a agroecologia? ou sera a agricultura tradicional com seus métodos artesanais? ou sistemas de alta produção, mais que é considerada a vilã pelos mais afoitos? não seria o caso de se mesclar conhecimentos de todos esses sistemas e englobarem eles na produção? qual sera o melhor? acho que não tem um melhor ou pior, penso eu que podemos usa los tanto um como outro e adequar o sistema produtivo para o produtor e não querer adequar o produtor à aquilo que achamos que é certo.

Produção de tomates com uso minimo de defensivos
 e agricultura biológica em apiacás MT.

E uma coisa e certa, desde que o produtor tenha um ganho de aumento na sua renda familiar ele aceitara todas as ideias que serão passadas.

A importância de se manter uma produção com qualidade, continuidade e quantidade não deve ser encarada com um único meio produtivo e nem deve ser ações isoladas de produtores, cabe a nos que trabalhamos com assistência orientar os produtores a se organizarem em associações e cooperativas com finalidades em comum para trabalharem não só na produção como também na comercialização e na compra de insumos